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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

De Patrícia à Sohere.

Sohere, Sohere... E agora que o show acabou a luz apagou e você ficou só no meio do palco?
As ilusões se perderam, a alegria se desfez há muito tempo, o sorriso ficou no passado, talvez em alguma curva do destino ou encruzilhada da vida que o tempo te fez decidir.
O vento que batia em sua face e te impulsionava cessou apenas a neblina do tempo hoje é presente. Neblina essa que, te cega, aniquila aos poucos sua vida, te corroe a alma, suga sua respiração te deixando sem ar.
Sohere, Sohere... Suas lágrimas são de dor, uma tristeza que não há quem possa entender, e, mesmo se pudesse sentir o vazio do seu ser, mesmo assim, a angústia permaneceria inexplicável. Sentiria talvez a perda que você jamais deixara de sentir.
E vejo teu sorriso cínico talvez, sorrindo pra você mesma e você sabe Sohere, que eu sei, que este sorriso cínico, expressa sua dor, você sabe mulher que eu sei e te sinto e olho para trás e te traduzo todas suas percas e te vejo chorando e sentindo, sorrindo e amando, lutando e perdendo, eu te conheço, mas hoje te vejo perdida, vagando pelo mundo da escuridão, mesmo de longe não vejo teu brilho, nem o teu sorriso, mas me sinta, sua perda é minha perda, também perdi e me vejo junto a você com lágrimas nos olhos. Mesmo quando te vejo sentada na sombra do arbusto que cobre o tumulo de sua força, mesmo quando te vejo caminhando sem rumo... Sohere suas lagrimas de dor são minhas.
Em meio a todo esse tumulto de sentimento, olhe para mim Sohere, fui eu quem te dei a vida e hoje preciso de toda sua força, mesmo sabendo de sua dor, sua tristeza, eu sei que lá no fundo você ainda tem a mesma força de sempre pra lutar.
Patrícia... Sim, eu te vejo sem forças. Sim, foi você a me criar com sua alegria.
Patrícia te vejo chorando em meio a sorrisos, te vejo gritando em um dia de paz, sinto sua respiração tremula pela angustia que sente e essa dor, essa perca é tão sua quanto minha. Apesar de te sentir muito vagamente em meio ao seu dia, eu sinto, eu choro, eu também grito.
Você sabe tão bem como estou fraca, sem forças. Você sabe Patrícia que estou quase morrendo e mais hoje preciso de você. Vejo-te sim no arbusto que cobre o tumulo de toda sua tristeza, te vejo sim vagando sem rumo certo, e toda sua dor tenha certeza que sinto cada partícula também em minha pele, mas não pense minha criadora, minha mãe, minha irmã, que neste momento te abandonei como tantos, eu estou aqui, dentro de você, sou sua esperança, sou aquele desconhecido que te da à mão, sou à força de suas pernas, mesmo que seja pra vagar sem rumo, sou o sangue que impulsiona teu coração a bater mesmo na dor, sou até mesmo suas lágrimas, sou tudo isso por que sou você, estou dentro de você, e de onde estou nada nem ninguém pode me atingir, pode nos separar.
Patrícia, você bem sabe que estou presa, que talvez jamais volte a me libertar, você sabe, você sabe...
E você sabe que o dia vai virar noite e que a noite madrugada e que um novo dia vai surgir, e você sabe que um dia quando o sol aparecer essa angustia terá diminuído, embora nunca você, nem eu consigamos eliminá-la de nossas vidas, mas ela vai abrandar e chuvas, raios e trovões voltarão e o mundo saberá que estamos de volta.
E sorria, você sabe que voltaremos mais fortes do que um dia fomos.
Esses percalços da vida vão estar sempre conosco e talvez sejam eles próprios a nos darem forças pra um novo amanhã que vai surgir.
Sohere, onde foi que li?
“Não a mal que sempre dure e nem bem que nunca acabe.”
Se você ainda sente o que sinto é por que ainda existe um você dentro de mim.
Então Sohere... Tudo que tenho a lhe dizer por hora é: “Até breve.”

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sem rumo.




Por entre as estradas da vida aprendi em pouco tempo, mais do que a vida me ensinou até o momento.
Sobre tristezas e dor, esperanças e amor. Um mundo que o homem ou Deus me impôs não perguntando se eu tinha capacidade de vivenciar. E os sonhos, os sonhos foram ficando em cada curva, em cada metro por onde passei. Alegrias concedidas, promessas feitas, lágrimas que rolaram em meu rosto sem eu ao menos notar que chorava... Vidas e dor.
Talvez pela minha teimosia, sei que sobrevivi, também sei que não foi fácil, sei o quanto doeu, o tamanho da ferida que abriu em meu coração.
Hoje, quando me olho no espelho, vejo que falta um pedaço de mim, pedaço de mim que esta perdido entre o céu e a terra, às vezes não me reconheço, às vezes me vejo na maior simplicidade, como se sempre “eu” estivesse ali e não soubesse, e percebo com um tanto de cinismo que certas atitudes e palavras já não importa, ou pior, tenho a impressão que algo grande foi criado em mim, em meu eu, e me vejo apenas com um sim ou não.
Sonhos... Sonhos que se foram com o tempo, sonhos “cor de rosa”, esses sonhos se perderam na imensa vastidão de um mundo que se tornou cinza, uma cor “chave”, é apenas cinza, não é branco nem preto é simplesmente “cinzas” de um fogo, de uma vida, de uma alegria que tomava conta do meu ser.
Nem mesmo a terra vermelha que me chamava e de lá me dava total e grande energia dos dias... A terra, a terra tão vermelha e abandonada, sem vida, chorando a perca do seu ser. A terra também chora a morte, triste e calada.
E eu aqui, pelas estradas que percorro, por um mundo à frente, sonhos desfeitos sobre lágrimas, olho pelo retrovisor e vejo o passado e me desespero na busca de voltar e encontrar a esperança de te encontrar em algum lugar, na beira da estrada que percorro incansavelmente, nas curvas que por tantas vezes fiz sem sentir o perigo que continha, mas te procuro e não te acho, vagueio na escuridão e já não escuto mais sua respiração, busco você em mim e choro sua ausência.
Eu sei, eu sei... Vou sentir sua ausência por toda minha vida, por que sempre, sempre, irei ter amar mais e mais.

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